Está circulando na Internet um e-mail que vocifera contra a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT), acusando-a de ter dito estas palavras:
“... o candidato Serra está convidado a participar do meu governo, porque nesta eleição, nem mesmo Cristo querendo, me tira essa vitória. As pesquisas comprovam o que eu estou dizendo, vou ganhar no primeiro turno”.
Dilma tem sido duramente combatida pelo meio evangélico – cuja maioria do seu público apoia Marina Silva (PV). Não é por menos. Até agora, ninguém viu a candidata petista governar nada, lhe falta experiência em cargos majoritários elegíveis e é uma incógnita do que venha a fazer sem o comando do Presidente Lula.
Somado a isso, seus projetos de lei têm sido veementemente contestados pelos evangélicos. E também não é por menos. As leis que podem ser sancionadas por ela (já que, ao que tudo indica, ela deve mesmo vencer) vão de encontro aos ideais cristãos e aos valores morais que prezam a família e a sociedade.
Mas isso não é motivo para que os crentes se deixem levar pelo calidez antipetista ou pela euforia das emoções, ao acreditar em tudo o que se propaga pela Internet. É claro que, na política, vale de tudo, até o jogo sujo, para ludibriar o adversário. E isso também pode ter acontecido nesse caso.
O e-mail que circulou sobre essa informação aberrante que supostamente foi dito por Dilma não provém de fontes confiáveis até agora. Os blogs, apesar do seu crescimento e da importância que têm tido no mundo virtual, ainda não têm a credibilidade suficiente para lançar uma informação que envolve um nível tão alto assim.
Isso não quer dizer que ela não tenha dito. Mas o que se propagou foi que um jornalista local de uma cidade mineira teria questionado a candidata a cerca do assunto (o crescimento nas pesquisas). E, segundo o que foi espalhado nos e-mails, ela falou que nem Cristo a impediria de vencer.
Será lamentável e infeliz caso esse fato tiver ocorrido mesmo. Mas não vamos levar em consideração tudo o que fontes contrárias a determinados ideologias publicam (Um exemplo disso é a revista Veja, que ataca a esquerda, ou a Carta Capital, que alfineta a direita).
Aos cristãos – eleitores de Dilma ou não –, tenhamos prudência. Muitos de nós estamos ferrenhos contra o que pode vir acontecer caso Dilma seja eleita (Particularmente, caso eu tenha tempo, não votarei nela). Mas, se Dilma falou ou não, isso será julgado por nós. Cabe ao Senhor – como sempre tem feito ao longo da história (Tancredo Neves, o navio Titanic, Cazuza e cia. que o diga) – julgar esse caso.
Por ora, controlemos nossas antipatias por quem quer que seja, saibamos votar em quem merece o voto (desde os deputados federais ao Presidente) e oremos pelas nossas autoridades. Mas lembrem-se: nem tudo o que se publica pode ser levado à risca.